François Ruffin lança seu movimento "Debout" para aqueles "que cheiram um pouco mal nas axilas"

No sábado, em Paris, o deputado do Somme François Ruffin lançou seu novo movimento Debout!, um desdobramento nacional de seu micropartido, Picardie Debout, com a intenção de se estruturar para influenciar a esquerda nas eleições presidenciais de 2027.
"É o Everest que teremos que escalar várias vezes de chinelos", alertou o ex-deputado por La France Insoumise, diante de cerca de 200 ativistas e apoiadores. "Mas quando foi fácil? Quando não foi Davi contra Golias para a esquerda?", questionou.
O eleito quer continuar a se dirigir às classes trabalhadora e média da França, denunciando a globalização e as elites, a fim de reconquistar antigos eleitores de esquerda que se deslocaram para a extrema direita, principalmente nas áreas periurbanas e rurais:
"Em algum lugar, devemos ser uma esquerda que cheira um pouco mal. Quero que citemos os trabalhos em que terminamos o dia suando e que venhamos apresentar temas com as palavras das pessoas", disse Picard.
E este fervoroso defensor dos coletes amarelos enfatiza: "Quando a bela palavra ecologia se torna a mais odiada do país, é preciso notar."
Uma pré-candidatura que provocou reação dos Bocas Grandes nesta terça-feira: "Havia a esquerda caviar, a esquerda burguesa, e havia também a esquerda que 'cheira mal debaixo dos braços'", lembra Olivier Truchot.
"Entendo o que ele quer dizer", diz o consultor Antoine Diers. "Pode não ser a expressão mais inteligente, mas a esquerda precisa retornar ao mundo do trabalho. Isso me parece normal", continua.
"A natureza abomina o vácuo, então Ruffin vai para um lugar abandonado por Mélenchon", observa o Dr. Jérôme Marty, que elogia a "maravilhosa jogada de relações públicas" com a frase "que cheiram um pouco mal debaixo dos braços". "François Ruffin tem uma avenida aberta para ele, e sua única desvantagem é que ele frequentemente reage à emoção. Mas estender a mão para essas pessoas abandonadas pode levar a uma segunda rodada."

Figura do sindicato de esquerda, engajado num processo (ainda a ser construído) de primárias para a eleição presidencial, François Ruffin pôde contar, notavelmente, com a presença no sábado do deputado socialista Laurent Baumel, do deputado Alexis Corbière — também ex-rebelde que atualmente faz parte dos ecologistas na Assembleia — ou do ex-deputado comunista Sébastien Jumel.
François Ruffin também citou suas referências em termos de mobilizações populares: as manifestações contra Alain Juppé em 1995 ou a Revolução Francesa, "a certidão de nascimento da esquerda francesa".
Por fim, para sublinhar a importância da democracia direta, uma daquelas metáforas que ele tanto ama: "Fazer amor uma vez a cada cinco anos não é uma vida sexual. Votar uma vez a cada cinco anos não é uma vida democrática."
RMC